Recentemente, fiz um story vida-real sobre como tem sido minha rotina em São Paulo após um longo período em Portugal. Desde então, tenho recebido dois tipos de mensagens:
Pessoas perguntando se eu estou bem, rs
Pessoas quase me atacando, falando que a vida em outros lugares também tem suas dificuldades
E por mais que pareça sem sentido, foi por causa desse story em específico que eu voltei a escrever sobre os meus sentimentos.
Desde que voltei pro Brasil, tenho notado mais fortemente que, a grande maioria das pessoas, está vivendo anestesiada. Seja normalizando o uso de remédio para acordar, dormir e diminuir a ansiedade; Seja pelo vício em atividades físicas que mais parecem seitas; Seja pela busca incansável pela fórmula mágica para aumento da performance. Seja por tudo isso junto.
A sensação, sendo sincera, é que as pessoas - me incluindo - desaprenderam a viver. Ou melhor, desaprenderam a viver o ordinário. E o ponto aqui não é incentivar o comodismo, mas de fato tentar entender em que momento as pessoas viraram essa chave na cabeça de que precisamos medir ou mensurar cada milésimo de segundo das nossas vidas.
A nossa existência é de fato um conjunto de fatores extraordinários, mas a maior parte dos nossos dias não tem grandes acontecimentos. E está tudo bem. Talvez essa seja a beleza da vida, sabe?
E o que tudo isso tem a ver com o story que falei no começo do texto?
Bem, hoje as pessoas ficam muito mais espantadas e mobilizadas quando lêem um relato sincero de alguém comparando o estilo de vida em dois países do que com toda essa paralisia coletiva que estamos vivendo. E isso sim pra mim é insanidade.

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